Anexo
Agrupamento de competências que serviram para orientar a criação do Plano de Educação em Saúde Planetária1
1. Identificar como mudanças antrópicas nos sistemas naturais influenciam desfechos de saúde;
2. Compreender o impacto desproporcional das mudanças climáticas e ambientais nos povos indígenas, e a força dos modos de saber e fazer indígenas para ajudar a construir uma relação equitativa entre as pessoas e o meio ambiente;
3. Incorporar sistemas de conhecimento tradicionais, incluindo visões de mundo indígenas, nas ações de Saúde Planetária;
4. Implementar estratégias para engajar populações marginalizadas e vulneráveis nas tomadas de decisões que afetam a saúde e o bem-estar das populações e dos ecossistemas;
5. Usar processos éticos, empoderadores, culturalmente apropriados e participativos para implementar ações de Saúde Planetária;
6. Descrever como o contexto cultural influencia as percepções de saúde e doença, bem como a percepção das relações das pessoas com seu ambiente natural e construído;
7. Examinar as interações entre as escalas geográficas (local/regional/global – micro/meso/macro), escalas temporais (passado/presente/futuro – prioridade máxima/prioridade baixa – urgente/eletivo), fatores socioeconômicos e os contextos político e cultural que moldam o cenário de Saúde Planetária;
8. Aplicar princípios e enquadramentos éticos às questões, desafios e práticas profissionais relacionadas à Saúde Planetária, relacionadas, mas não restritas a: definição de prioridades, distribuição de recursos, ao princípio da precaução, uso de tecnologia apropriada, conhecimento cultural e tradicional, moralidades subjetivas e dinâmicas de poder;
9. Desenvolver e comunicar metas e objetivos apropriados, realistas e mensuráveis para a Saúde Planetária;
10. Compreender ligações cruciais, relações causa-efeito, relações não lineares, pontos de alavancagem, incerteza e ciclos de retroalimentação entre mudanças socioecológicas e saúde humana;
11. Integrar conceitos de equidade, justiça transgeracional, marginalização, ciclo da pobreza, estruturas de poder, limites planetários, vulnerabilidade, resiliência nas análises e ações de Saúde Planetária;
12. Apoiar o empoderamento, a participação, parceria e equidade para criar ambientes que promovam a saúde das comunidades e do planeta;
13. Aplicar os princípios de justiça social e de direitos humanos na abordagem dos problemas de Saúde Planetária;
14. Examinar como os contextos históricos, antropológicos, econômicos e políticos de nossa(s) sociedade(s) determinam nossos dilemas de Saúde Planetária hoje;
15. Demonstrar a capacidade de trabalhar colaborativamente entre disciplinas, reconhecendo a variedade de perspectivas, habilidades e abordagens, e como elas se complementam em processos colaborativos e desfechos;
16. Advogar junto a e em nome de indivíduos, comunidades e organizações para melhorar a saúde e bem-estar de humanos e do ambiente;
17. Coletar, avaliar e reunir/sintetizar/integrar dados qualitativos e quantitativos, informações e literatura relevantes para informar ações de Saúde Planetária;
18. Compartilhar conhecimento, habilidades e recursos para melhorar os programas, a infraestrutura e força de trabalho de Saúde Planetária, com foco no fortalecimento de capacidades;
19. Comunicar de forma eficaz, usando técnicas e tecnologias apropriadas, tanto oralmente quanto por escrito, descobertas científicas para a comunidade científica, especialistas não relacionados à Saúde Planetária, o público leigo, a mídia e formuladores de políticas;
20. Apreciar e reconhecer as fontes de incerteza e ser capaz ou ter capacidade de prever as consequências inesperadas da mudança ambiental, tanto positivas quanto negativas;
21. Compreender as perspectivas e marcos históricos que formaram as bases para o campo da Saúde Planetária, incluindo perspectivas que foram marginalizadas ou ignoradas;
22. Usar métodos apropriados de avaliação e pesquisa, em parceria com as partes interessadas, para determinar o alcance, o impacto e a eficácia de ações de Saúde Planetária;
23. Advogar em prol de programas políticos, sociais ou econômicos, locais e globais, que integrem o bem-estar de populações e sistemas naturais;
24. Facilitar abordagens que permitam que comunidades e grupos articulem suas necessidades e defendam recursos e capacidades necessários para ações de Saúde Planetária;
25. Apreciar o papel que a organização na comunidade, as abordagens desenvolvidas pelas bases [bottom-up approaches] e a construção de movimento têm no processo político local e global;
26. Identificar as fontes apropriadas de informação para responder às questões de saúde da população e do ecossistema;
27. Exibir valores e habilidades interprofissionais que demonstrem respeito por, e consciência de, culturas, valores, papéis/responsabilidades e especialidades únicas, representados por outros profissionais e grupos que trabalham com Saúde Planetária;
28. Descrever sua própria compreensão e senso de conexão com a natureza;
29. Compreender as perspectivas de várias partes interessadas locais e globais;
30. Identificar métodos para garantir a sustentabilidade do programa;
31. Aplicar técnicas de monitoramento e avaliação de programas e políticas de Saúde Planetária;
32. Traduzir resultados de pesquisas e outras formas de conhecimento em políticas, programas comunitários, intervenções e educação pública de forma sustentável, culturalmente relevante e economicamente viável;
33. Planejar, implementar e avaliar um programa baseado em evidências para abordar um desafio em Saúde Planetária;
34. Propor estratégias que alcancem “co-benefícios para a saúde”;
35. Demonstrar valores individuais e escolhas de vida que promovam bem-estar e que, simultaneamente, promovem um ambiente/ecossistema local e global saudável;
36. Adotar o princípio da transdisciplinaridade;
37. Demonstrar autorreflexão crítica e humildade cultural e intelectual;
38. Aplicar a consciência de valores culturais, sistemas e práticas políticas ao delineamento ou implementação de políticas, ou programas;
39. Identificar partes interessadas e construir coalizões e parcerias para influenciar políticas para abordar desafios da Saúde Planetária;
40. Desenvolver um senso de responsabilidade para consigo mesmo, para com a comunidade, sociedade e o ambiente natural;
41. Demonstrar empatia, compaixão, integridade, consideração e respeito pelos outros em todos os aspectos da prática profissional;
42. Integrar bens e recursos comunitários para melhorar a saúde dos seres humanos e do meio ambiente/planeta;
43. Incluir representantes de diversos públicos e disciplinas em parcerias e promover o aprendizado interativo com esses parceiros;
44. Usar habilidades de comunicação interpessoal para facilitar que indivíduos, grupos, comunidades e organizações melhorarem a saúde de populações e ecossistemas;
45. Discutir as múltiplas dimensões do processo de formulação de políticas, incluindo os papéis da ética e da política informada por evidências;
46. Ser capaz de trabalhar, planejar, delinear e implementar intervenções em condições de incerteza;
47. Compreender o papel e as limitações das avaliações de impacto e das ferramentas de modelagem atuais;
48. Desenvolver e implementar estratégias de comunicação apropriadas para divulgação eficaz, que utilizem ferramentas de comunicação persuasiva;
49. Reconhecer limitações de habilidades, conhecimentos e capacidades;
50. Aplicar estruturas de análise para entender a relação entre várias partes interessadas locais e globais e como as mesmas influenciam desfechos de Saúde Planetária;
51. Influenciar a opinião política e pública sobre questões de Saúde Planetária;
52. Reconhecer seus próprios fundamentos epistemológicos para interagir efetivamente entre sistemas de conhecimento;
53. Avaliar necessidades e recursos disponíveis em parceria com partes interessadas;
54. Desenvolver apreciação pela importância da escuta ativa como parte de uma comunicação eficaz;
55. Demonstrar capacidade de adaptar o conhecimento, as habilidades e a prática de disciplinas-específicas em um ambiente com recursos limitados;
56. Compreender o conceito e abordagem da Análise do Ciclo de Vida.
Durante o processo de tradução, percebeu-se que houve uma duplicação da competência 22, reproduzida na competência 43, no texto base (versão em inglês). Aqui, essa duplicação foi retirada e, portanto, a numeração encontra-se diferente da do texto base.↩︎